Depois de ganhar o prêmio, chegava a hora de fazer o livro sair do Word e ir para o papel e do papel para as estantes. Precisava de uma capa e, como estreante pretensioso que sou, precisava de um cartão de visitas que apresentasse a mim e ao meu trabalho para os incautos que cruzassem o caminho de Cafeína.
Por sorte, as duas pessoas que sempre pensei para isso aceitaram o meu convite e ajudaram a fazer o livro do jeito que imaginei. Para a capa, convidei um amigo querido e um dos mais brilhantes ilustradores do país, Cau Gomez.
Por sorte, as duas pessoas que sempre pensei para isso aceitaram o meu convite e ajudaram a fazer o livro do jeito que imaginei. Para a capa, convidei um amigo querido e um dos mais brilhantes ilustradores do país, Cau Gomez.
Cau não só aceitou o convite como ainda encarou uma feijoada num sabadão quente de Salvador para discutir o conceito e as idéias que ele tinha sobre o trabalho. Dias depois recebo uma ilustração genial, que vem acompanhada por uma deliciosa revelação: essa mesma ilustração, com algumas alterações, foi feita originalmente para Angeli e está na parede da casa dele. Logo de Angeli, um dos caras que mais admiro nos quadrinhos e de quem sou fã incondicional desde os a nos 80, quando ele lançou a revista Chiclete com Banana, que colecionei do primeiro ao último exemplar.
Para fazer o texto de apresentação, meu escolhido era um cara mais conhecido pelas suas músicas, mas que escreveu um livro fundamental na minha formação e na concepção de Cafeína. O livro chama-se Básico Instinto e o autor é Fausto Fawcett.
Fausto foi de uma generosidade inacreditável. Consegui o telefone dele com uma pessoa que conhecia outra pessoa que conhecia um amigo dele e liguei, morrendo de vergonha, para o Mefisófeles de Copacabana. O cara atendeu, foi super gente boa e disse pra eu mandar o livro pra ele dar uma olhada. Mandei e dias depois ele me liga, dizendo que tinha gostado, entendido o porquê do meu convite e dizendo que ia fazer o texto.
Tempos depois e alguns telefonemas trocados, chega o texto, que, além da generosidade de Fausto, mostra uma incrível compreensão do conceito do livro e ainda me mostra caminhos e interpretações que enriqueceram ainda mais a minha modesta coleção de contos. Fausto me deixou, como ele mesmo diz numa das suas músicas, com o “ego dissolvido” e ganhou a minha gratidão eterna, que só não é maior do que a minha admiração pelo seu trabalho.
Com esses dois caras no projeto, minha responsabilidade com o leitor aumenta, mas também aumentam as chances das pessoas gostarem mais do livro. Apesar dos meus contos...